USP ensina Sociologia

Teses e Dissertações

Abaixo seguem sugestões de trabalhos acadêmicos sobre Ensino de Sociologia. Para ler os textos completos, visite o site da biblioteca (dedalus.usp.br) e faça uma busca pelo nome do autor ou título da obra.

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A disciplina sociologia no ensino médio: perspectivas de mediação pedagógica e tecnológica. Um diálogo possível.

Autora: Silvana Aparecida Pires Leodoro

Dissertação (Mestrado) - FE/USP. 2009.

Resumo

Esta pesquisa analisa situações de diálogo e interação pelo computador e web motivados por temas, autores e conceitos da disciplina Sociologia. Investiga as potencialidades dialógicas de construção do conhecimento em situações de diálogos virtuais entre alunos e o professor da disciplina - em uma modalidade de ensino apoiado por recursos da web que ocorrem fora do espaço-tempo da aula tradicional. Tem como hipóteses verificar se o compartilhamento de informações através da rede e a mediação tecnológica são demandas incorporadas pela escola e se a comunicação em ambientes virtuais amplia a perspectiva dialógica de construção do conhecimento escolar, na qual o professor enquanto provocador cognitivo (PICONEZ) possa (re) avaliar as relações ensino-aprendizagem na disciplina Sociologia. Sob a perspectiva da pesquisa-ação, foi estruturada na observação e participação direta e análise qualitativa de situações concretas de diálogos educacionais em ambiência virtual envolvendo as seguintes ferramentas tecnológicas: correio eletrônico (e-mail), pesquisa pela internet, análise a partir da exibição de filmes em DVD, interações através de um BLOG publicado pela professora e reuniões através do MSN. A proposta dos temas e a análise dos diálogos dão-se a partir da perspectiva de uma rede sinérgica, isto é, de que o conhecimento é resultado da articulação de reflexões individuais. Estas reflexões são orientadas e motivadas pelos objetivos da disciplina Sociologia, explicitados nas Orientações Curriculares Nacionais (OCN), documento oficial do governo, elaborado por especialistas das Ciências Humanas e complementar aos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN). Tais objetivos estão representados no processo da disciplina Sociologia e sua abordagem requer a presença de um professor que oriente sua prática pelos princípios dialógicos da construção do conhecimento a partir da reflexão de ) todos os envolvidos no ato educativo; pelo compromisso com a educação problematizadora (FREIRE), em seu papel transformador e emancipatório representada pela função social da escola. Os resultados apontam que o uso das tecnologias de comunicação amplia o espaço-tempo da aula presencial e permite que os objetos da disciplina se articulem ao cotidiano do aluno. Também apontam para a necessidade de inserção - pela escola - do uso dessas tecnologias e o reconhecimento de suas potencialidades pedagógicas. As Tecnologias de Informação e de Comunicação (TIC) ampliam a função social dos conteúdos da disciplina ao permitir que a reflexão sobre a própria realidade - pelo aluno - possa ser complementada sob perspectiva da interatividade como elemento constitutivo do novo modelo conversacional, descentrado e bidirecional. A mediação tecnológica, nos diálogos virtuais, proporciona terreno fértil de novos (outros) contornos à prática (mediação) pedagógica orientada pelos princípios da dialogicidade ao permitir, entre outros aspectos, que os alunos proponham novos temas para as aulas, realizem novas leituras e interpretações e tenham acesso permanente ao professor. Tal postura metodológica constata a presença de transformações na arquitetura de poder da sala de aula tradicional polarizada na figura do mestre. As TIC possibilitam pela cooperação e diálogo crítico-reflexiva, ampliação da rede sinérgica do conhecimento favorecendo a dialogicidade, interação e mediação pedagógica e tecnológica incrementando a qualidade da relação entre os atores do ato educativo abrindo novos caminhos para construção do conhecimento em Sociologia.

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Ensinar sociologia : análise de recursos do ensino na escola média.

Autora: Cassiana Tiemi Tedesco Takagi

Dissertação (Mestrado) - FE/USP. 2007.

Resumo

A presente dissertação é um levantamento documental sobre o ensino de Sociologia. O objetivo da pesquisa é compreender as relações que podem ser estabelecidas entre diferentes fontes do ensino de Sociologia: as propostas curriculares de Sociologia elaboradas pelo poder público nacional e paulista; os livros didáticos; os planos de ensino elaborados pelos estudantes de licenciatura em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo (1999 a 2004), apresentados como uma das exigências do curso; os relatórios de estágios dos alunos de metodologia de ensino de Ciências Sociais II (2004) que constituíram um estudo de caso para compreender a maneira como os estudantes observam o trabalho dos atuais profissionais. A variedade das fontes de pesquisa nos obrigou a estabelecer parâmetros de análise com categorias que homogeneizassem os dados e nos permitisse encontrar padrões, lembrando que estas fontes não foram produzidas para atender os interesses desta pesquisa, nesse sentido fez-se necessário criar categorias com o intuito de afastá-los de suas características individuais (particularidades). A partir da análise destes materiais, pudemos constituir um debate entre as esferas das políticas públicas, das decisões editoriais e das práticas escolares do ensino da referida disciplina. Em razão da escassez de pesquisas sobre essa temática, as bases bibliográficas desse trabalho foram fornecidas por Amaury C. Moraes, Ileizi L.F. Silva, Jaime F. P. Cordeiro, Mario Bispo dos Santos, Simone Meucci e outros pesquisadores. Os resultados indicam que há pouca similaridade entre as fontes pesquisadas, havendo raras influências de umas sobre as outras, uma vez que não há o estabelecimento de uma comunidade de discussão acerca do ensino de Sociologia. No entanto, compreendemos que este tipo de estudo contribui para conhecermos as práticas referentes à disciplina Sociologia a fim de ) entendermos o tipo de ensino que está sendo proporcionado para os alunos do ensino médio, apontando suas limitações, contribuindo para um incremento das possibilidades educacionais desta disciplina.

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Das fronteiras entre ciência e educação escolar : as configurações do ensino das ciências sociais/sociologia, no estado do Paraná (1970-2002).

Autora: Ileizi Luciana Fiorelli Silva

Tese (Doutorado) - FFLCH/USP. 2006

Resumo

Esta tese pretende delinear os sentidos da configuração do ensino das Ciências Sociais /Sociologia no Estado do Paraná, entre 1970 a 2002, tendo como pressuposto a criação de fronteiras entre o campo científico e o campo da educação transmitidas e reproduzidas através dos discursos pedagógicos predominantes em cada reforma empreendida na educação. Com a utilização de documentos oficiais, de estatísticas e entrevistas de agentes que atuaram na constituição dos cursos superiores de Ciências Sociais e da Sociologia como disciplina no Ensino Médio foi possível compreender o movimento nos campos de contextualização e de recontextualização pedagógica. Nesses campos foram identificados os discursos e as práticas que definiram a relação entre a licenciatura e o bacharelado na Universidade Federal do Paraná e na Universidade Estadual de Londrina, entre os cursos de Ciências Sociais e as escolas de ensino médio e entre os agentes no sistema de ensino e a secretaria de estado de educação. Constatou-se que há falta de códigos e categorias comuns na comunicação entre os docentes de formação básica (bacharelado) e os docentes de formação de professores (licenciatura), o que aprofunda as fronteiras entre os conhecimentos científicos e as escolas. Além disso, o estabelecimento de modelos curriculares que não favoreciam o ensino das ciências como disciplinas mostrou o afastamento dos conhecimentos acadêmicos das escolas e, consequentemente, da Sociologia como ciência autônoma. Contudo, verificou-se que houve expansão da Sociologia nos currículos a partir de 1983 com diferentes atribuições e demandas de acordo com os discursos pedagógicos predominantes no campo da recontextualização e que o número de concluintes do curso de licenciatura de Ciências Sociais nas duas universidades foi sempre maior do que o de concluintes do curso de bacharelado, ) que, a despeito da força simbólica da figura de pesquisador, os dois cursos formaram mais agentes para a atuação no ensino.

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